Cachoeira é uma pequena e charmosa cidade que fica há 110 km da capital baiana. Por se localizar ás margens do Rio Paraguaçu, Cachoeira já foi o entroncamento de diversas rotas comerciais, a maioria delas se dirigiam ao Recôncavo, Minhas Gerais e Salvador, até então capital. A intensificação do comércio e navegação pelo rio e grande uso das estradas reais transformou Cachoeira em uma das cidades mais importantes do Brasil Colonial. O povo de Cachoeira detinha grande poder político e econômico, participou ativamente das guerras pela Independência da Bahia. Hoje é considerada Monumento Nacional pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional), e uma vez por ano, no dia 25 de Junho, o governo estadual tem a honra de se transferir para Cachoeira.
O bloco
carnavalesco Ilê Aiyê é um dos blocos-afro que mais contribuíam para o
desenvolvimento pleno e abundante do carnaval afro da Bahia. Os batuques dos
tambores e o timbre forte das vozes do Ilê Aiyê se potencializam e mostram o
Carnaval de Salvador na plena flor de sua tradição africana profundamente
arraigada por raízes negras no solo fértil do Recôncavo Baiano.
O bloco carnavalesco
Ilê Aiyê já engrandeceu o Carnaval Baiano com os mais belos shows na história
desse estado. Na sua trajetória de mais de 25 anos, o Ilê Aiyê conseguiu de se
consolidar como elemento fundamental de toda a cultura africana do carnaval da
capital baiana. As vozes retumbantes e os batuques rítmicos afirmam a mãe África
no coração da Bahia. O que caracteriza mesmo a alegria do Carnaval da Bahia é
sua jovial africanidade.
Entre as
apresentações do bloco, algumas fizeram o maior sucesso, como por exemplo, a
primeira música do grupo, "Que Bloco é esse", de Paulinho Camafeu, de
1974. Outros grandes sucessos são "Deusa do Ébano", "Depois que
o Ilê Passar", "Charme da Liberdade", "Décima Quinta
Sinfonia", "Exclusão" e "Viva o Rei". Assim o elemento
africano do Carnaval Baiano sempre tem sido um grande sucesso artístico que vem
agradando à população pela vivacidade de sua expressão musical.
A riqueza
sonora e plástica do Ilê Aiyê é atração no Carnaval de Salvador. Hoje em dia,
mais de 3 mil pessoas estão associados ao Ilê Aiyê, trabalhando ativamente na
manutenção desta tradição carnavalesca, que muito contribuiu em resgatar a
história do negro no Brasil. Assim. Um pouco da história africanizada, ou se
preferir, da historia abrasileirada do negro no Brasil, se tornou parte do patrimônio
artístico cultural da Bahia, cujas tradições culminam todo ano no mais
espetacular de todas as festas do Recôncavo, isto é, no Carnaval de Salvador.
O Ilê Aye, assim
como outros blocos-afro, como o Olodum, procura manter viva a cultura africana,
e relembrar a sociedade baiana o que os escravos trouxeram para o Brasil. O
bloco já possui 25 anos e continua crescendo, hoje contam com 3.000 membros, e
embelezando o carnaval baiano com sucessos musicais que lembram os ritmos
trazidos da África.
O Grupo Cultural Olodum
foi fundado por moradores da Rua Maciel Cima, no bairro do Pelourinho,
Salvador, Bahia, em 25 de abril de 1979. Nasceu como um bloco de carnaval
estilo afro, mais tarde se tornaria uma organização não-governamental (ONG) do
movimento negro brasileiro reconhecido como de utilidade pública pelo governo
do estado da Bahia.
O sucesso comercial do
Grupo Cultural Olodum começou com a gravação do primeiro disco Egito,
Madagascar, em 1987. Os discos subsequentes foram produzidos pelo próprio Grupo
que, a cada dia, crescia no controle artístico de todas as suas atividades,
como shows e turnês internacionais. O grupo passou a ser conhecido
internacionalmente como um grupo de percussão afro-brasileira.
Em 1990, o Grupo Olodum participou da música
The Obvious Child, faixa do disco The Rhythm of the Saints, de Paul Simon
(cantor e compositor norte-americano de folk e rock) e do videoclipe que foi
gravado no Pelourinho. Esse videoclipe foi exibido em vários países do mundo,
abrindo portas para o sucesso internacional do Olodum que passou a gravar com
outros consagrados músicos nacionais e internacionais.
O Olodum é uma ONG,
entidade sem fins lucrativos e, ao mesmo tempo, é uma empresa. O Grupo Cultural
Olodum é a unidade central que comanda as decisões através de uma Diretoria
Executiva eleita por voto direto para executar o mandato de três anos, podendo
ser reelegida. Dessa unidade central, surgem duas divisões: a Fundação Olodum,
sem fins lucrativos e o Bloco Olodum, empresa do grupo.
O Grupo Cultural Olodum
desenvolve ações de combate à discriminação racial, procura elevar a estima e o
orgulho dos afrodescendentes e luta para garantir os direitos humanos e civis
dos excluídos, não só no estado da Bahia, mas em todo território nacional. A
luta do Grupo Cultural Olodum serve de exemplo para outros grupos de
afrodescendentes.
As cores do Olodum são
conhecidas internacionalmente como as cores da diáspora africana e representam
uma identidade internacional contra o racismo e a favor dos povos descendentes
da África. O Olodum é representado pelas cores: verde, vermelho, amarelo, preto
e branco que são cores do Pan-Africanismo, sintetizadas da seguinte maneira: o
verde, as florestas equatoriais da África; o vermelho, o sangue da raça negra;
o amarelo, o ouro da África; o preto, o orgulho da raça negra; o branco, a paz
mundial. A palavra Olodum é de origem yorubá e, no ritual religioso do
candomblé, significa Deus dos Deuses ou Deus maior.
“Foi uma promessa que os escravos fez
na luta, no sofrimento, que eles alcançassem a liberdade que a morte seria
desaparecida, porque a morte é o sofrimento e a vida é glória”. “E a glória é
para sempre.” (D. Estelita, Juíza Perpétua da Boa Morte em depoimento à
pesquisadora; janeiro 2000).
A Irmandade da Boa Morte é um grupo
religioso afro-católico brasileiro, formado apenas por mulheres negras que
lutaram, venderam objetos e comidas, trabalharam com a intenção de que com o
dinheiro que fosse arrecadado, pudessem comprar a carta de alforria da maior
quantidade de escravos que conseguissem. A Irmandade da Boa Morte está
localizada no município baiano de Cachoeira, no recôncavo da Bahia, a 110 km de
Salvador.
Ícone da força e prestígio do fenótipo
negro na atualidade, a Irmandade da Boa Morte também se destaca pela
organização social e hierárquica. Assim como
No Candomblé, a senioridade é o grande
princípio norteador de sua disposição interna. A atuação das primeiras Irmãs da
Boa Morte teve significado político, social, significativamente, religioso.
Segundo Pierre Verger (Fotógrafo, etnólogo e religioso), foi como organização
advinda das mulheres adeptas à confraria de Nossa Senhora da Boa Morte que
teria sido fundado no início do século XIX o primeiro Candomblé de Salvador.
O
grupo Malê Debalê é atualmente um bloco-afro do carnaval de Salvador, na Bahia.
Sua fundação ocorreu em 23 de Março de 1979 por meio de um grupo de moradores
do bairro de Itapuã que tinham o desejo de participar efetivamente dessa que é
a maior festa de rua do mundo, além disso, um dos grandes estímulos que
impulsionaram o movimento foi a Revolta dos Malês, quando por sua vez
descendentes da população oriunda deste
povo de origem africana e religião muçulmana lutaram bravamente contra o
sistema escravocrata brasileiro.
A sede do grupo se localiza no Parque
Metropolitano do Abaeté, onde acontecem os ensaios e também se faz presente uma
loja do bloco. Os integrantes do Malê Debalê mostraram que não se importam somente
com festas e cortejos, uma vez que também apresentam consciência social,
representada pelo fato de trem cedido parte de sua sede para servir como escola
que atende cerca de 300 alunos, do pré-escolar até a segunda série, além disso,
ainda oferecendo aulas de dança, teatro e música.
O bloco de maneira peculiar e brilhante já
atingiu diversas conquistas como a consagração como maior Balê afro do mundo,
também com direção de Mika Kaurismaki foi-se feito o filme “Sound of Bahia,
Malê Debalê bloco-afro” em sua homenagem. Suas apresentações ocorrem com 2.000
dançarinos atuando conjuntamente, sempre com temas que visem à riqueza e o
valor de destaque que a cultura africana merece ter.
Prestes
a completar 25 anos de carreira, a cantora Margareth Menezes celebra o momento
com o início da temporada do projetoAfropop. Na primeira edição do evento, que acontece no
dia 24 de novembro, no Armazém Vilas, a artista vai apresentar novidades previstas
para o verão: o tema dos seus festejos carnavalescos e os detalhes do seu
bloco, o Movimento Cultural Afropop Brasileiro. A festa vai contar com as
participações do grupo Confraria da Música, do cantor Jau e da Banda
Jammil. A série de shows inclui duas outras apresentações, nos dias 22 de
dezembro e 3 de fevereiro, sempre às quintas-feiras, com convidados especiais.
O encerramento será no dia 12 de fevereiro, na Concha Acústica do Teatro Castro
Alves. Pela primeira vez, o evento vai ganhar transmissão ao vivo através da
internet. A exibição será feita através da WebTV Afropop, espaço inserido no
site oficial da artista.
A palavra Olodum é de origem yorubá e
no ritual religioso do candomblé significa "Deus dos Deuses" ou
"Deus maior", Olodumaré, que não representa um orixá, e sim, o Deus
criador do universo e dele senhor.
E quanto às suas cores? As cores
do Olodum são as cores do Pan-africanismo e simbolizam: o verde, as florestas
equatoriais africanas; o vermelho, o sangue da raça negra; o amarelo, o ouro da
África, a maior produtora mundial; o preto, o orgulho da raça negra; e o
branco, a paz mundial. Estas também são as cores do Rastafarianismo e do
movimento reggae. Portanto, são as cores internacionais da diáspora
africana.
Abaixo segue um documentário sobre o
Olodum, com uma entrevista um líder mirim, do bloco mirim de Olodum de
salvador, que a dez anos vem promovendo desfiles pelas ruas do pelourinho.