quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Lei Áurea Foi Escrita a Lápis


O texto abaixo, de Flávio Sapucaia, nos trás uma reflexão não  apenas sobre a libertação dos escravos no Brasil, mas também sobre o fator liberdade  na  sociedade moderna. O autor, de acordo com o texto, é negro, e conta ter sofrido na escola com brincadeiras e piadas de mau gosto, com certeza não foi apenas na escola que ele sofreu esse tipo de preconceito, afinal a Lei Áurea não disponibiliza aos “ex-escravos” nenhum processo de inclusão social. Os escravos libertos foram jogados nas ruas para viverem independentemente de seus senhores, no entanto, eles não tinham comida, abrigo, e estavam em péssimo estado de saúde. E além de sofrerem tudo isso, os seus direitos quase não existiam, já que as leis eram voltadas para os interesses dos brancos e visavam a não inclusão dos negros. Será que podemos chamar isso de liberdade?


A Lei Áurea Foi Escrita a Lápis... E Daí
11/05/2011
Flávio Sapucaia


Dentre as inúmeras formas de perpetuação e disseminação do racismo, as piadas são as mais sutis. Nas rodas de amigos, nas empresas, no churrasco em família é comum aquele engraçadinho que gosta de trazer seu portfólio de piadas preconceituosas e racistas, sem contar com a Internet que proporciona um enorme poderio de disseminação desta prática, através da proliferação por emails destas piadinhas sem graça, das quais nem temos o direito de nos ofender, pois os racistas de plantão logo nos acusam de não agüentar brincadeira. Como se racismo fosse brincadeira…
Neste sentido, estas “brincadeiras” são transmitidas às crianças, perpetuando entre as gerações esta forma sutil do racismo, que chegam às nossas escolas e se constituindo uma das principais causas de violência no ambiente escolar.
Dentre as diversas piadas que agüentei desde a infância, a mais “batida” delas era ouvir, todo dia 13 de maio, que a Lei Áurea foi escrita a lápis e que poderia ser apagada a qualquer momento, voltando assim à escravidão.
Confesso que tinha medo, até porque as novelas e filmes da época nos assustavam com a violência em que viviam e sofriam os escravos nas fazendas de café.
Porém, hoje eu pergunto: e daí se esta lei foi escrita a lápis, caneta, pena ou laser?
A liberdade não nos foi dada por ninguém, na canetada. A luta contra a escravidão iniciou mais de três séculos antes com a organização dos quilombos, tendo como principal o Quilombo dos Palmares, com cerca de vinte mil escravos fugitivos das fazendas.
Paulo Freire, um dos maiores educadores da nossa história, ensina que “ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão” (Pedagogia do Oprimido)
Nos ensina também que a liberdade não é um presente, mas um bem que se enriquece na luta. É o nosso bem mais precioso e por isto os inimigos a ameaçam constantemente. “Precisamos, por isso, lutar, ora para mantê-la, ora para reconquistá-la, ora para ampliá-la”. (Pedagogia da Indignação)
Amartya Sen, um indiano que ganhou o prêmio Nobel de 1998 em ciências sociais por seu trabalho sobre as causas da fome e da pobreza, traz em seu livro Desenvolvimento como Liberdade, um conceito interessante sobre as liberdades instrumentais, as quais associa com alguns dos direitos básicos de todo cidadão, como destaque a liberdade política, facilidade econômica, oportunidades sociais, liberdade de expressão e de transparência e, por fim, de segurança protetora.
Deste modo, ter nossos direitos ou liberdades assinados, independente se a lápis, caneta ou laser, não representa o início, nem tampouco o fim, mas a continuidade de uma luta para se garantir o cumprimento destes direitos a toda sociedade, de maneira justa e igualitária.
A escravidão ronda permanentemente a nossa vida, independente da cor de nossa pele. Ser escravo é sentir-se impotente perante as diversas agressões aos nossos direitos básicos como educação e saúde de qualidade, segurança pública, saneamento básico, acesso à informação, inclusão digital, direito à moradia, assistência social e jurídica, transporte público, melhores condições de vida, emprego, dentre outros que, apesar de constarem no documento mais importante de nosso país, a Constituição Federal do Brasil, ainda não se tornaram realidade para todos os brasileiros.
Deste modo, a luta pela liberdade de todos os brasileiros, escravos do descaso e do desrespeito às leis e direitos tão duramente conquistados, deve ser permanente para garantir a ampliar seu alcance. Só seremos livres quando nos tornarmos um povo unido e sem preconceitos.
Esta é a importância do dia 13 de maio como o Dia Nacional de Denúncia do Racismo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Biografias de Gilberto Gil e Milton Santos

Esse site é sobre Milton Santos,uma pessoas muito  importante .No Brasil,ele foi um importante geógrafo : link1

Esse,fala de Gilberto Gil,um nome conhecido nacionalmente por suas belas músicas: link2